Tertúlias JOP – “Coragem Hoje, Abraços Amanhã” – Conceição Matos

16 julho | 20h45 | Sede da OCP

“Conceição Matos foi detida (com Domingos Abrantes) no dia 21 de Abril de 1965 e ficou um ano e meio presa. Foi vítima de alguns dos métodos de tortura mais cruéis e humilhantes praticados pela PIDE. [Muitas das histórias sobre os abusos efectuados pela polícia política do Estado Novo ficaram no anonimato. Muitas mulheres morreram, outras recusaram-se a contar o que lhes aconteceu]. Mesmo volvidas quase quatro décadas sobre a sua prisão, Conceição Matos, funcionária reformada do PCP, rejeita silenciar o que então se passou e aceita contar na Comunicação Social os dias de tortura. “Não por razões pessoais, mas porque considera que é muito importante denunciar a polícia política do regime fascista”.
(…)
Conceição Matos haveria de ser novamente presa em 1968. Regressou a Caxias e ali ficou, em total isolamento, durante dois meses e alguns dias. Só quando saiu é que tomou conhecimento da morte de Oliveira Salazar e da nomeação de Marcelo Caetano. Prosseguiu o seu trabalho (no âmbito do PCP) junto da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos e quando Domingos Abrantes foi libertado, em 1973, o casal regressou ao trabalho clandestino do PCP. Desta vez, para fora do país.

Quando aconteceu a Revolução dos Cravos, Conceição Matos e Domingos Abrantes estavam em Paris. Viajaram de avião para Lisboa, juntamente com Álvaro Cunhal e muitos outros exilados.”

Dados biográficos de Conceição Matos (para uma futura biografia) da autoria de Helena Pato

Nesta tertúlia vamos poder testemunhar em primeira mão como foi a vida em clandestinidade de Conceição Matos antes do 25 de abril, que foi vítima de alguns dos métodos de tortura mais cruéis e humilhantes praticados pela PIDE.