A Solo – Lourenço Entrudo

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Olá Lourenço, de onde és?
Sou de Lisboa.

Qual é a tua idade?
Tenho 18 anos.

Que instrumento tocas?
Violino.

Qual foi o teu primeiro encontro com a música clássica?
Tendo um músico como pai, desde pequeno que fui exposto à música clássica. No entanto, só a partir dos meus 6 anos, altura em que comecei a aprender a tocar, é que interagi mais diretamente com a música, motivado por uma demonstração de uma colega minha do infantário.

Quando decidiste que te querias tornar músico profissional?
Não fiz essa decisão. Apenas sei que a música será sempre parte integral e indispensável da minha vida, profissionalmente ou não.


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Fazes parte da Jovem Orquestra Portuguesa desde 2016, podes contar um pouco sobre essa experiência?
Participar na JOP teve uma enorme influência em mim. Quando entrei, escondia-me muito dentro de mim próprio, musicalmente e a nível pessoal. Sinto que a JOP me ajudou a ultrapassar essas barreiras e, ao mesmo tempo que me deu confiança, melhorou significativamente a minha relação com a música.

Como é trabalhar com o Maestro Pedro Carneiro e a equipa artística?
Trabalhar com o Maestro Pedro Carneiro é um desafio constante. Leva-nos aos limites das nossas capacidades e fora da nossa zona de conforto. Não dá para sentar na cadeira e ligar o piloto automático, é um trabalho que exige que pensemos por nós próprios, de formas que desconhecíamos antes. Em todo o processo, o Maestro assegura-se que a música que estamos a fazer é realmente nossa, o que é algo muito gratificante.

A equipa artística é impecável, com uma atenção e amabilidade que nos fazem sentir seguros e cujo trabalho é imprescindível para o usufruto e funcionamento do projeto. 

Existem momentos na JOP que se destacam pelo seu significado e porquê?
São demasiados para os contar, mas há alguns que se destacam. Por exemplo, marcou-me de forma intensa a respiração para o início da 5a Sinfonia de Beethoven no concerto no Casino de Sinaia, em 2016. Não consigo explicar porquê, só sei que fui inundado de uma sensação de propósito, felicidade e gratidão avassaladoras. Houve, no entanto, muitos mais momentos que produziram em mim semelhante sentimento. O sorriso cúmplice dos meus amigos quando nos entreolhamos nos concertos e nos sentimos juntos, os inúmeros momentos de amizade e companheirismo fora de palco, e certamente, o final de obras como a "Alcance", são todos momentos inestimáveis que carrego no coração.

A JOP é diferente? Porquê?
Creio que sim. A JOP é dos poucos, senão o único, projeto que dá tanto ênfase ao nosso desenvolvimento pessoal. São disso exemplos a consciência corporal que se pratica na JOP, as diversas tertúlias organizadas, e até o caráter dos ensaios gerais e de naipe. A JOP esforça-se por nos dar ferramentas para sermos pessoas mais completas e, portanto, melhores músicos.


“A JOP (...) ensina-nos a perseverança e a versatilidade necessárias ao processo, ao mesmo tempo que nos alimenta de novas informações, ideias e conceitos.”
LOURENÇO ENTRUDO

Na tua opinião, quais são as qualidades que tornam um músico bem sucedido?
Penso que um músico para ser bem sucedido deve ser disciplinado, imaginativo, humilde e acima de tudo, empático (consigo próprio e com os outros).

Qual é a parte mais desafiadora de ser músico?
É definitivamente termos continuamente de procurar superar-nos a nós próprios. Todos os dias o músico tem de se adicionar a si próprio e de alguma forma construir algo novo.

Em que aspeto a JOP te ajuda nesse sentido?
A JOP dá-nos as ferramentas para ultrapassarmos essa dificuldade. Ensina-nos a perseverança e a versatilidade necessárias ao processo, ao mesmo tempo que nos alimenta de novas informações, ideias e conceitos.

Para além disso, a JOP cultiva a empatia necessária para lidarmos connosco próprios de forma construtiva.

Qual é, para ti, o aspeto mais gratificante da tua vida como músico? 
É a partilha. Na minha vida como músico até agora, tive a oportunidade de partilhar tantos momentos bonitos com tanta gente. A música tem essa qualidade, a de servir de ponte aos corações dos outros.

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Quais são os teus interesses para além da música?
Tenho muitos interesses para além de tocar violino. Adoro compor e improvisar, ler e escrever e sou apaixonado por línguas. Consumo também imensas séries e filmes, assim como anime e mangá. Para além disso, tenho uma grande paixão por Física e Matemática.

O que ouves em casa? Maioritariamente, música clássica e rock, mas também gosto muito de algum pop.

A tua maior virtude?
Penso ser a minha honestidade.

O teu maior defeito?
Definitivamente o meu ego.

Como te vês?
Como alguém curioso e entusiasmado com a vida que o rodeia.

Quais são os teus projetos atuais e futuros?
Atualmente, estou a começar uma Licenciatura em Música e outra em Física, em Lisboa. No futuro, irei onde a necessidade e curiosidade me levarem, mas gostaria de ter algum projeto onde pudesse partilhar a minha atividade e o meu gosto com a maior quantidade de pessoas possíveis.


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